"Lutero deu um passo decisivo colocando a palavra de Deus nas mãos do povo. A importância das reformas e da Bíblia são dois dos elementos fundamentais nos quais podemos ter um apreço mais profundo ao falar da tradição luterana", disse o pontífice, em entrevista à revista católica sueca "Signum".
Na entrevista antecipada hoje pelo jornal "Dagens Nyheter", o papa disse ter vontade de estreitar a relação entre o catolicismo e o protestantismo.
"Precisamos aprender a transcender nossas limitações para nos juntarmos a outras pessoas, se não os cristãos vão ficar prejudicados por nossas divisões. Minha esperança é que poderei dar passos para aproximarmos uns aos outros, para nos aproximarmos aos meus irmãos e irmãs que vivem na Suécia", afirmou.
Francisco revelou que só tinha previsto participar do ato ecumênico do aniversário da Reforma na segunda-feira para ressaltar a mensagem de universalidade, mas que decidiu prolongar a estadia e fazer uma missa por conta da "forte demanda" da comunidade católica nórdica.
"Mas não quis que fosse nem no mesmo dia nem no mesmo lugar da reunião ecumênica, para manter os dois eventos separados. O encontro ecumênico deve ter sua importância vital no espírito de unidade, esse é também meu espírito", sustentou Francisco.
O pontífice voltou a desvincular o terrorismo da religião e rotulou de "heresia" e de "diabólico" usar a violência em nome de Deus, independentemente da confissão. Segundo ele, só uma mente "retorcida" pode justificar esse tipo de ato apelando a Deus.
Na entrevista à "Signum", Francisco contou ainda sobre a boa relação que teve com o pastor sueco que viveu em Buenos Aires entre 1950 e 1960, Anders Ruuth, e que dava aula em uma faculdade luterana próxima a outra jesuíta na qual ele também exercia a docência.
"Foi um período difícil na minha vida do ponto de vista espiritual. Confiei nele, abri meu coração. Foi de grande ajuda nessa situação", lembrou o papa.
Fonte: UOL
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