Pesquisadores poderão testar terapia que usa iPSCs para tratar deterioração da retina em pacientes humanos
22/07/2013 5:30 por Redação
O Ministério da Saúde do Japão anunciou nesta sexta-feira a autorização para os primeiros testes clínicos utilizando células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs). É a primeira vez em todo o mundo que esse tipo de estudo é liberado em seres humanos.
As iPSCs são criadas a partir de células adultas
comuns, e reprogramadas geneticamente para atingir um estado semelhante
ao das células-tronco embrionárias. A partir de apenas quatro alterações
em seu DNA, elas se tornam capazes de se transformar em qualquer tipo
de tecido do corpo humano.
Os testes liberados pelo governo japonês têm como
objetivo tratar pacientes com degeneração macular, uma doença que
normalmente atinge pessoas com mais de 55 anos, deteriorando sua retina e
podendo levar à cegueira. Os pesquisadores japoneses propõem usar iPSCs
para cultivar novas células da retina desses pacientes — livres dos
danos causados pela doença — e implantá-las de volta em seus olhos.
No ano passado, o pesquisador japonês Shinya
Yamanaka e o britânico John Gurdon receberam o Prêmio Nobel de Medicina
por terem concebido o método que permite reprogramar células adultas
para transformá-las em iPSCs, um procedimento que foi considerado chave
para dar início à medicina regenerativa. A técnica, no entanto, ficou
restrita aos laboratórios. Até agora, as únicas pesquisas realizadas em
seres humanos haviam utilizado células-tronco embrionárias, que são
menos versáteis e enfrentam forte oposição de grupos religiosos.
Com o anúncio do governo japonês, os pesquisadores
podem ter dado um passo decisivo para a aplicação clínica das iPSCs.
“As células-tronco pluripotentes induzidas surgiram em 2006. É incrível
que tão pouco tempo depois, elas já estejam prontas para serem testadas
em humanos. Isso mostra o quão rápido essa área está se desenvolvendo”,
diz Lygia da Veiga Pereira, geneticista e diretora do Laboratório
Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP.
Fonte: VEJA
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